2014, um ano de fortes emoções…

 

Não tenho como fazer uma retrospectiva desse ano sem falar um pouquinho de 2013.

No fim do ano passado eu recebi, no mesmo mês, a pior e a melhor notícia da minha vida. A melhor foi descobrir que eu e Carol estávamos grávidos. A pior foi o retorno do câncer da minha mãe, dessa vez muito agressivo. Ali eu já sabia que 2014 seria um ano de mudanças difíceis e desafiadoras.

Logo descobri que uma menina entraria na minha vida. Carol sabe o quanto eu sempre quis uma filha! O nome já estava até escolhido: Manuela, homenagem ao vovô Manuel. Em abril viajei a trabalho para Las Vegas onde surtei bonito montando o enxoval da pequena. Fui com uma mala e voltei com três, abarrotadas de roupas e brinquedos para a baixinha. E para o papai também, é claro.

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2014 foi um ano conflituoso. Se por um lado me diverti com os preparativos para a chegada da Manu, por outro sofri muito ao ver o câncer vencendo a luta que minha mãe vinha travando. Ela piorava a cada dia frente a uma doença miserável que fez uma senhora saudável e alegre envelhecer mais de 10 anos em poucos meses. A batalha roubou seu ânimo, mesmo diante da perspectiva de ser avó pela terceira vez. A notícia lhe fez bem e deu forças, mas, infelizmente, o quadro evoluiu rápido demais. Dona Alzira partiu faltando quase um mês para a chegada da Manuela. Soube, então, que minha mãe não pegaria a neta no colo, mas que cuidaria dela lá de cima, garantindo que chegasse com saúde a este mundo e devolvesse um pouco da felicidade que 2014 roubou de nossa família.

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Manuela chegou no final da Copa do Mundo. Nasceu em 7/7/2014, 7 anos após eu conhecer a Carol, em 2007. Coincidência das coincidências, Manuela tem 7 letras. Nasceu um dia antes da fatídica eliminação do Brasil para a Alemanha. Lembro que quando o placar marcava um inacreditável 5×1 eu ainda brinquei com a patroa na maternidade: “Quer apostar que vai dar 7×1?” O resto vocês já sabem… Não briguem comigo nem com a Manu! rsrs

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Nem preciso dizer que foi bem difícil manter qualquer rotina de trabalho. Eu bem que tentei correr com a minha produção literária até a chegada da Manu. Avancei na sequência de Palladinum (eu sei, eu sei… estou devendo), finalizei e ilustrei “A S.U.P.E.R. Gincana”, o segundo volume da Coleção Turma da Página Pirata. Participei do pré-lançamento do livro na Primavera dos Livros, mas eu e a editora decidimos lançá-lo oficialmente no início de 2015, focando na volta às aulas. É uma série da qual me orgulho muito e que vem, aos poucos, sendo adotada em escolas. O primeiro volume, “A Máquina Antibullying”, vem tendo o estoque reposto nas livrarias e volta e meia recebo cartinhas de leitores e de turmas de escolas. As tirinhas da turma devem virar livro ano que vem e, por isso, a produção delas também não pode parar.

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E como não falar da Bienal de São Paulo? Foi incrível, uma ótima oportunidade para reencontrar autores, blogueiros e leitores queridos. Imperdível. Esse ano só fiquei com pena de não ter ido à Comic Con Experience. Pelos relatos e fotos que vi o evento foi formidável, do tipo que nenhum nerd pode perder. Bem, não deu. Vou fazer de tudo para conferir no ano que vem.

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Em 2014 li menos do que gostaria de ter lido. Joguei menos do que gostaria de ter jogado. Vi menos filmes do que gostaria de ter visto. Ah, mas como valeu a pena! Ter um filho significa ter menos tempo livre para fazer as coisas da qual gostamos. Cuidar de um bebê é uma tarefa que toma um tempo incrível, mas é também extremamente recompensadora! Quando chego em casa procuro ajudar o máximo que posso, mas bato palmas para a Carol por toda a paciência de cuidar da Manuela o dia inteiro. Que bom que Deus criou as mães, porque nós homens simplesmente não daríamos conta, por mais que a gente ame nossos filhos. Só as mulheres são fortes o suficiente para encarar tamanha responsabilidade.

Mas quem diria que o amor por uma filha me traria tamanha inspiração? A coisa toda começou como uma simples brincadeira aqui em casa; sempre que eu e Carol vivenciávamos uma situação nova e engraçada com a Manu, eu soltava um “Ser Pai de Menina é…”

Um dia a Carol falou: “Você precisa fazer tirinhas disso. As pessoas vão amar!”

E foi o que eu fiz, pois a Carol está sempre certa (exceto quando o assunto é direção, pois ela é a pessoa mais desorientada espacialmente que eu conheço rsrs). Quando Manu estava entrando no terceiro mês – ou seja, quando as coisas estavam menos tensas aqui em casa (o primeiro mês do bebê é terrível, não existe essa de dormir!) – eu comecei a fazer as primeiras tirinhas. Criei a página Ser Pai de Menina é no Facebook e a coisa começou a bombar muito rápido! Foi meio assustador, pensei em parar, pois não queria expor minha filha / minha vida para pessoas que não conheço. Mas no fim acabei enxergando que tudo o que é postado ali acontece na casa de milhares e milhares de pessoas exatamente do mesmo jeito. Acho que é por isso que, em pouco mais de 2 meses, a página já conta com mais de 14 mil seguidores. Um público super bacana e engajado, que se identifica com as histórias e com o momento que estou vivendo, com o meu aprendizado. A experiência tem sido ótima!

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2014 vai chegando ao fim e o saldo final é positivo, porque tudo tem uma razão de ser. É claro que sinto muita falta da pessoa que eu mais amava nessa vida – foi mal, Carol, mas mãe é mãe – mas esse é o ciclo da vida e eu vivi esse ciclo de morte e renovação de forma bastante intensa esse ano.

Um ciclo que busquei resumir na dedicatória de “A S.U.P.E.R. Gincana”:

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Estou cheio de planos para 2015. Agora é sacudir a poeira e arregaçar as mangas para fazer tudo acontecer. Agora tenho um estímulo ainda maior, pois não faço mais nada apenas para mim. Faço, principalmente, pela Manuela.

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