Bienal de SP – Segundo Final de Semana

Olá pessoal!

Estive de volta à Bienal de SP nos dois últimos dias do evento e mais uma vez pude reencontrar ou conhecer novos leitores, blogueiros, colegas autores, enfim, foi uma experiência cansativa mas que só me trouxe muitas alegrias.

No sábado 18 palestrei no estande da Biblioteca Nacional sobre a experiência de publicar Palladinum e os cuidados do autor ao escrever para jovens. Foi um bate-papo muito gostoso com a Ana Cristina Rodrigues que contou com um público interessado no tema e bastante participativo!

Palestra BN

Concedi algumas entrevistas tanto no estande da BN quanto no da Vermelho Marinho, uma delas ao lado de dois simpaticíssimos colegas da Llyr Editorial a quem admiro muito: Ana Flávia Abreu, autora da trilogia Kôra (2 volumes já publicados, ela está escrevendo o terceiro), e Dennis Vinícius, autor de A Grande Criação de Nicolas. O vídeo pode ser assistido a seguir (a entrevista tem início aos 2:30)

Domingo foi o melhor dia em termos de vendas, com Palladinum saindo MUITO! Não dava sequer para pensar em deixar o estande, pois o volume de visitantes era alto, com um público mais disposto a comprar do que o de sábado – afinal, aquele era o último dia de feira e os descontos estavam incríveis.

Destaco os dois fatos da feira que mais me emocionaram:

1. Para mim, um dos momentos mais emocionantes do sábado foi reencontrar um leitor, o Lucas, que havia comprado o livro comigo no final de semana anterior, devorou-o em 5 dias e voltou ao estande para me dizer o quanto havia gostado do livro, em especial da Pastilha. Ouvir de alguém que nunca ouviu falar de você que seu livro é “perfeito” faz toda essa jornada valer a pena! =)

2. Outro fato que mexeu comigo não aconteceu durante a feira, mas foi ocasionado por ela, logo está adequado ao tema do post. Um jovem leitor que havia comprado o livro junto com a mãe postou no mural da fanpage de Palladinum o seguinte: “eu já estou na metade do livro, gostei muito de ler este livro, eu não gostava de ler muiito até eu conhecer palladinum, muito legal”
Bom, só vou dizer que ganhei minha semana com essa frase… =) O que mais pode querer ouvir alguém que fez um livro para jovens?

E os dois que mais me fizeram pensar:

1. Houve um momento no estande em que meu coração literalmente se partiu. Meninos de uma escola municipal queriam muito levar meu livro, mas o cartão dado pela prefeitura só possuía R$10 de crédito. Tentei negociar com o editor, mas sabia que seria impossível, pois o valor sequer cobre o custo de produção do livro. Conversei com eles se gostariam de dividir um exemplar, ao qual eu autografaria para todos, mas a estratégia não colou, pois cada um queria o seu. Por fim cheguei a pensar em pagar a diferença para que o mais interessado do grupo levasse o livro, mas desisti, pois achei que não seria justo com os demais. Acabei me arrependendo mais tarde, achando que deveria ter feito isso. Isso me fez refletir muito e só me fez ter mais vontade de um dia publicar livros menores e mais acessíveis aos jovens.

2. Foram várias as vezes na feira em que jovens leitores pediram aos seus pais que comprassem um livro meu ou de algum colega e ouviram um “não” como resposta. As justificativas eram as mais diversas, a maioria bastante pertinente, como o “estouro” da cota que o filho tinha para gastar com livros ou a percepção dos pais de que o livro não se adequava à faixa etária do filho. Ambos eram argumentos que eram inclusive apoiados por nós autores, pois são medidas que educam. A questão que me incomodou foi o excesso de desculpas dizendo que não comprariam o livro pois ele era “muito caro”.  Vejam bem: ouvi isso até para livros que custavam R$20, R$25,00. Na minha opinião os pais devem tomar muito cuidado ao ensinar a seus filhos que apenas livros baratos valem a pena ser comprados. Certamente existem muitos livros bons em promoção ou que são baratos mesmo, mas se seu filho está querendo muito ler um livro, se ele se sentiu estimulado a ler uma determinada história, será que um livro de R$30, R$40 é mesmo assim tão caro? Acho que a percepção de valor de alguns pais precisa ser revista, pois muitas coisas que são presenteadas aos filhos são muito mais caras que o livro, mas será que elas têm o mesmo valor em sua formação? E, pior, se o pai veio com essa percepção de que livro é caro, porque veio à Bienal? Estava atrás apenas dos descontos? Foi essa a impressão que ficou de uma parcela grande do público que foi ao evento.

No fim, o saldo da Bienal foi extremamente positivo. Foi um evento incrível onde pude conhecer pessoas fantásticas.

E que venha a Fantasticon!

Abraços,
Marcelo Amaral.

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